terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

28/01/2011 19h20 - Atualizado em 29/01/2011 03h10

Com precisão milimétrica, Fernando Penna incendeia a torcida e vira herói

Armador francano bate Nezinho no Torneio de Habilidades e dá um passe incrível, do alto das arquibancadas, para a enterrada do companheiro Lucas

Por Rodrigo Alves Direto de Franca, SP
Para começo de festa, o roteiro foi perfeito. Na abertura do fim de semana do Jogo das Estrelas do NBB, em Franca, um jogador da casa ganhou status de protagonista e incendiou a torcida. No primeiro evento de sexta-feira, o armador Fernando Penna cumpriu com perfeição o percurso de dribles, passes e arremessos para faturar o Desafio de Habilidades, batendo na decisão Nezinho, arquirrival dos francanos. Não satisfeito, Penna voltou para dar uma forcinha ao companheiro de time Lucas no torneio de enterradas e fez um passe extraordinário, do topo da arquibancada, para a melhor cravada da noite. Nos dois atos, coube ao jogador de 27 anos, nascido na cidade, fazer tremer o ginásio Pedrocão completamente lotado.
Desafio de Habilidades fernando penna basquete nbbFernando Penna e a torcida francana: caso de amor na noite de sexta-feira (Foto: Luiz Pires/Divulgação)
- Quero agradecer à torcida de Franca e essa comunidade que respira basquete. É a minha cidade, onde nasci, é um orgulho representar essa equipe – afirmou Penna, no centro da quadra, dirigindo-se ao público e arrancando mais aplausos.
No evento de abertura, Nezinho foi o primeiro concorrente entrou na quadra sob uma chuva de vaias, fruto dos tempos em que jogava em Ribeirão Preto e construiu uma forte rivalidade com os francanos. Para desespero a torcida, o armador do Brasília cumpriu o circuito do Desafio de Habilidades sem cometer nenhum erro, em 20,6 segundos.
Larry Taylor e Raulzinho cometeram erros que lhes custaram tempo. O americano do Bauru terminou em 31,1s, e o jovem armador do Minas fez em 32,1. O argentino Figueroa errou um passe e dois chutes de três - ficou com o pior tempo da noite: 36,3s.
Favorito da casa, Penna levou a torcida ao delírio ao acertar o primeiro passe e cravar o chute de três de primeira, mas errou o passe quicado. Ainda assim, fez 27,2s e foi à final com Nezinho.
Desafio de Habilidades ,fernando penna basquete nbbPenna no percurso de habilidades nesta sexta,
em Franca (Foto: Luiz Pires/Divulgação)
As vaias se reciclaram quando o armador do Brasília voltou ao circuito. O erro no arremesso de três fez o Pedrocão explodir, mas o restante do percurso foi perfeito, com o bom tempo de 26,1s.
Cabia a Penna a missão de bater o rival e manter a eletricidade a todo vapor no ginásio. Não deu outra. O armador francano foi perfeito na decisão. A cada acerto, o ginásio quase vinha abaixo. Em 22,4s, ele cumpriu todas as etapas e fez a alegria da torcida. Agradeceu fazendo reverências ao público e ainda jogou duas bolas para as arquibancadas. No primeiro evento do Jogo das Estrelas, Franca fez a festa.
- A gente está acostumado com essa energia no ginásio. E ainda joguei a final contra o Nezinho. Eu podia perder para todo mundo, menos para ele, senão não voltaria para casa - brincou o armador.
Mas Penna não tinha esgotado seu repertório. No torneio de enterradas, ele surgiu como coadjuvante e roubou a cena. O representante de Franca era o pivô Lucas, que tinha ido mal na primeira tentativa. Na segunda, veio o grande momento. Lucas recebeu a bola e simplesmente a jogou para trás. Passou a olhar para a arquibancada, e a torcida também começou a procurar algo diferente. Lá no alto, no topo do ginásio, estava Fernando.
De lá o armador lançou a bola, que quicou na altura perfeita para Lucas pegar e enterrar. O Pedrocão explodiu em euforia com a cravada mais criativa da noite. Não foi o suficiente para Lucas ganhar o troféu, que ficou com Jordan Burger, do Paulistano (veja mais aqui), mas para a torcida o lance valeu um título moral.
- Na tarde de sexta-feira, eu e Lucas viemos para o ginásio e ficamos treinando. Tentamos umas 30 vezes, e ele só acertou três ou quatro. Perguntou se eu tinha coragem de fazer no evento e eu disse que sim. Fiquei lá em cima, e o pessoal em volta de mim perguntava: "Você está louco?". Mas deu certo - explicou Fernando.

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