sábado, 12 de março de 2011

Mortos por terremoto e tsunami no Japão passam de 570

Imprensa japonesa diz que número de vítimas pode ultrapassar 1.300; veja vídeo das operações de resgate

iG São Paulo | 12/03/2011 02:29 - Atualizada às 10:51



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Um dia após o terremoto seguido de tsunami que devastou a costa leste do Japão, o governo lançou uma grande operação de resgate e ajuda humanitária nas áreas mais afetadas. O último balanço oficial divulgado pelo governo informou que a tragédia deixou pelo menos 574 mortos e 1.105 feridos. A imprensa local estima que o número de mortos ultrapasse 1.300. Apenas no porto de Rikuzentakata, no nordeste do país, militares disseram ter encontrado entre 300 e 400 corpos.
Não há um número oficial de desaparecidos, mas a TV japonesa afirmou que 10 mil pessoas estão desaparecidas apenas na cidade portuária de Minamisanriku. O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, disse que cerca de três mil foram resgatados com vida.


Veja imagens do resgate das vítimas (áudio em japonês)
Segundo o governo japonês, milhares de militares foram mobilizados para participar das operações, além de 300 aviões e 40 navios.
O premiê participou de reuniões de emergência na manhã deste sábado (horário local) e deve seguir para as áreas do desastre, inclusive para as usinas nucleares em estado de alerta. "Nosso governo fará todos os esforços possíveis para assegurar a integridade e segurança das pessoas e também minimizar os estragos causados pelo terremoto", disse o premiê.
O sábado ainda deve revelar toda a extensão dos danos causados pelo tremor seguido de tsunami de ao menos sete metros de altura que varreu vilarejos e cidades.
A imprensa japonesa teme um grande número de mortos na ilha de Honshu, na costa nordeste do país, onde ondas gigantescas destruíram mais de 3.000 casas. Segundo autoridades, cerca de 1.800 casas foram destruídas em Minamisoma, e 1.200 na cidade de Sendai, a mais próxima do epicentro do terremoto.
Na pequena cidade de Ofunato, mais ao norte, 300 casas foram destruídas ou arrastadas. Mais de 80 incêndios atingiam os arredores de Tóquio e as prefeituras de Iwate, Miyagi, Akita e Fukushima, informou a Kyodo, com base em informações do Departamento de Bombeiros.

Homem tira foto de carro em cima de telhado em Sendai, no Japão
Foto: AP
Homem tira foto de carro em cima de telhado em Sendai, no Japão


O Pentágono informou na sexta-feira que está preparado para fornecer ajuda de emergência às vítimas do terremoto no Japão e iniciou o deslocamento de alguns de seus navios para a região. "Estamos avaliando a situação e posicionando as tropas para que estejam preparadas e proporcionar a ajuda necessária", indicou o comandante da Armada Leslie Hull-Ryde em comunicado.
O Japão solicitou ajuda dos Estados Unidos através do Departamento de Estado e o Pentágono está esperando que este dê a ordem para proceder. O anúncio foi feito depois de o Japão ter enviado 8 mil militares para a região nordeste do país, a mais destruída pelo tremor.


A ajuda militar americana inclui dois navios, o USS Essex e o USS Boxer, equipados com helicópteros e aviões, juntamente com vários navios de apoio. Na base aérea que os Estados Unidos têm na localidade japonesa de Yakota, militares da Aeronáutica e voluntários estão ajudando os viajantes de 11 voos comerciais que foram deslocados a suas pistas após o terremoto.
Usinas
Nesta sábado, uma explosão destruiu um prédio e feriu quatro trabalhadores da usina japonesa de Fukushima 1, a cerca de 250 quilômetros a nordeste de Tóquio. O porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, afirmou que o reator nuclear não foi danificado e que a pressão sobre ele diminuiu após a explosão. O nível de radiação no local também estaria diminuindo, segundo Edano.
De acordo com autoridades japonesas, a explosão não foi causada pelo reator nuclear, mas, sim, pelo ar e vapor com radioatividade liberados para tentar aliviar os altos níveis de pressão.
Antes da explosão, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, informou que houve vazamento de "quantidades mínimas de radiação" na usina de Fukushima, informou a agência local Kyodo. Ainda assim, pouco depois da explosão a imprensa local informou que as autoridades ampliaram a zona de isolamento de 10 km para 20 km em torno de Fukushima.


Maior terremoto do Japão
De acordo com o Instituto de Geofísica dos Estados Unidos (USGS), o terremoto que atingiu o Japão na sexta-feira foi o maior já registrado no país e o sétimo maior da história.
Além de a costa nordeste ter sofrido vários abalos secundários após o tremor, um forte terremoto aconteceu no centro do país neste sábado (na tarde de sexta-feira em Brasília).
O tsunami causado pelo tremor de 8,9 correu através do Oceano Pacífico a uma velocidade de 800 km/h - tão rápido quanto um jato -, antes de chegar ao Filipinas, Indonésia e Havaí e à Costa Oeste dos EUA, sem registro de grandes danos.
Até agora, o mais forte terremoto do Japão tinha acontecido em 1933. Com 8,1 graus de magnitude, o tremor atingiu a região metropolitana de Tóquio e matou mais de 3 mil pessoas.
Os tremores de terra são comuns no Japão, um dos países com mais atividades sísmicas do mundo, já que está localizado no chamado Círculo de Fogo do Pacífico. O país é atingido por cerca de 20% de todos os terremotos de magnitude superior a 6 que acontecem em todo o planeta.

Com AP, EFE e BBC

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